Como Anda realiza oficina na Walk 21 Rotterdam

Como Anda
3 min readNov 1, 2019
Participantes da Oficina "Redes pró-mobilidade a pé: lições aprendidas e próximos passos em direção a um plano de ação coletivo" na Walk 21 Rotterdam. Crédito: Como Anda

No primeiro dia da 20º Conferência Walk 21 Rotterdam (Países Baixos) a equipe do Como Anda realizou em conjunto com a International Federation of Pedestrians (IFP) e America Walks (AW) uma oficina com o tema: Redes pró-mobilidade a pé — lições aprendidas e próximos passos em direção a um plano de ação coletivo (Pro-walk networks — lessons learned and next steps towards a collective action plan).

Com intuito de avançar nas discussões da oficina realizada em 2018 na Walk 21 Bogotá (veja aqui o que rolou no ano passado), a oficina contou com a participação de mais de 30 pessoas de 19 países diferentes, em sua maioria representantes da Europa. Somente duas pessoas do Brasil e um representante da Colômbia trouxeram a visão do movimento na América Latina, um grande contraste em relação aos 18 participantes latino-americanos em 2018.

O dia começou com a introdução da agenda do dia e apresentação dos representantes da America Walks, International Federation of Pedestrians. Ramiro Levy, da Cidade Ativa, representou o projeto Como Anda, trazendo um breve relato da oficina realizada em 2018, com intenção de pactuar um plano de ação conjunto para articulação de redes de organizações em âmbito internacional.

Na sequência, mais de 10 organizações tiveram a oportunidade de compartilhar um pouco sobre sua atuação, os maiores desafios que enfrentam e as oportunidades que vislumbram no futuro, bem como o que estavam dispostos a compartilhar e o que gostariam de aprender na oficina — ou decorrente dela.

Após um breve intervalo, tivemos a honra de ouvir Terence Bendixson, Presidente do Living Streets (Ruas Vivas), organização pioneira no Reino Unido. Criada em 1927 como UK’s Pedestrian Association (Associação de Pedestres do Reino Unido), Terence contou um pouco sobre como a organização contribuiu para a criação das faixas de pedestres no país e também para que fosse obrigatório um teste de direção ao tirar a carteira de motorista, ambas consolidadas através do Road Traffic Act em 1934. Antes, era só comprar um carro e sair dirigindo! Mas ele não falou só do passado, trouxe também sua visão sobre o que considera os principais desafios e oportunidades para os próximos anos: os carros elétricos sem motoristas a atuação junto às crianças e as mudanças climáticas.

Seguimos a manhã nos dividindo em quatro grupos, cada um com um tema a ser debatido: advocacy (incidência política focada em políticas públicas), comunicação (com enfoque em alcançar o público em geral) e compartilhamento de informações (entre as organizações e redes pró-mobilidade a pé). Esses três tópicos foram escolhidos na oficina anterior e sua relevância foi reiterada pelos participantes. O quarto tema, escolhido durante a oficina pelos participantes, foi de formas de financiamento de ações voltadas a mobilidade a pé.

Cada grupo buscou discutir quais ferramentas, táticas e matérias são geralmente utilizadas, bem como quais são os objetivos específicos, metas e resultados esperados em sua atuação. Também relataram um pouco dos desafios e oportunidades que enfrentam e, através das suas experiências, buscaram compartilhar dicas valiosas entre os demais.

Após a apresentação breve de cada grupo, realizou-se uma discussão final que buscou pactuar entre organizações presentes algumas ações que podem ser realizadas individualmente ou em grupo, mas que beneficiariam o movimento como um todo. Dada a escassez de recursos e da diferença geográfica e de contexto de cada organização, foi acordado que usar recursos já existentes nas redes de atuação mais ampla (AW, IFP, Walk 21, Como Anda), bem como utilizar plataformas digitais para potencializar a troca de experiências (como por exemplo a plataforma de webinars da America Walks) são recursos que poderiam ser melhor aproveitados.

Uma frase da ex-prefeita de Wellington (Nova Zelândia) Célia Wade-Brown (que liderou o grupo sobre financiamento e recursos representando a organização Living Streets NZ resume bem o caminho que devemos buscar: “precisamos de mais gente louca e generosa [que atua com mobilidade a pé] com acesso a recursos e financiamentos”.

O relatório resumo da oficina estará disponível em breve, acompanhe o Como Anda nos próximos passos. Enquanto isso, explore o site da Walk 21 Rotterdam que disponibilizou apresentações (e fez alguns vídeos resumo dos dias de conferência) com muita informação interessante sobre o tema.

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